A Superintendência do Iphan na Bahia mobilizou cerca de 400 capoeiristas de 50 municípios para o segundo Ciclo de Seminários "Salve a Capoeira: Construção do Plano de Salvaguarda e do Conselho Gestor da Capoeira na Bahia". Os seminários, realizados entre novembro de 2014 e abril de 2015, contaram com a parceria da Associação de Capoeira Corda Bamba, de Lençóis; Associação Desportiva e Cultural CEAC - Capoeira Expressão Arte e Cultura, de Livramento de Nossa Senhora; Associação Lapense de Capoeira Ginga Bahia, de Bom Jesus da Lapa; Associação de Capoeira Kilombolas, de Eunápolis; e Associação de Capoeira Arte Brasileira, de Ribeira do Pombal - todas selecionadas através de concurso público.

 

Em cada um dos seminários foram formados Grupos de Trabalho, com representantes dos municípios presentes, que participarão do seminário estadual, a ser realizado até o final de 2015, quando será finalizado o Plano Estadual de Salvaguarda e empossados os membros do Conselho Gestor da Capoeira na Bahia. Cerca de mil capoeiristas participaram do primeiro Ciclo de Seminários realizado nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Ilhéus e Vitória da Conquista, consideradas grandes pólos regionais da capoeira na Bahia.

 

A Roda de Capoeira e o Ofício de Mestre de Capoeira foram registrados pelo Iphan em 2008 e, desde 2012, o Instituto promove ações para sua salvaguarda no âmbito estadual. Segundo Maria Paula Adinolfi, antropóloga do Núcleo de Patrimônio Imaterial do Iphan na Bahia e coordenadora dos seminários, os eventos lograram um fato inédito: a grande mobilização de capoeiristas baianos, com o objetivo de discutir políticas públicas para a capoeira. Dentre as questões, tiveram destaques a inserção do ensino de capoeira na educação escolar; uma política de benefícios para os velhos mestres da capoeira; a profissionalização e regulamentação da profissão da capoeira; e a relação da capoeira com temas como igualdade racial e de gênero e inclusão de pessoas portadoras de deficiência.