O Brasil se uniu a representantes dos governos da Argentina, do Paraguai e do Uruguai para discutir formas de integrar a indústria audiovisual entre os países que compõem o Mercado Comum do Sul (Mercosul). A Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul, a chamada Recam, foi realizada na Cinemateca Brasileira, na capital paulista, na quinta (24) e sexta-feira (25).
Atualmente, a presidência “pro tempore” – ou seja, rotativa – da entidade está a cargo do Brasil. De acordo com o secretário do Audiovisual do Ministério da Cidadania, Ricardo Rihan, os mercados de trabalho dos países estão em crescimento na área. Rihan avalia que a articulação do setor audiovisual é fundamental para que a qualidade das películas também evolua.
“Toda integração regional e internacional traz grandes benefícios para o Brasil porque é uma oportunidade de troca de experiências, de tecnologias, de narrativas, de histórias, de modelos, de fomento”, afirmou. “Atualmente, o Brasil tem dado atenção ao Mercosul e à região dos Brics. Coproduções internacionais permitem que as obras circulem nos dois mercados, ampliando o tamanho do público que essas obras podem atingir”, completou o secretário do Audiovisual.
A diretora de Audiovisual da Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai, Guillermina Villalba, afirmou que o espaço articulado por meio da Recam é muito importante para o seu País, em especial no momento em que a produção audiovisual é fomentada em conjunto com o setor privado. “Temos um mercado muito pequeno e tem sido muito importante o impulso que temos com o Brasil e a Argentina. Nos dá oportunidade de articular ações com os países do Mercosul e também de integrar-nos e compartilhar conteúdos audiovisuais, culturais, e que dá oportunidade de um desenvolvimento social, econômico e cultural”, ressaltou.
Já a diretora executiva do Instituto Nacional de Cines e Artes da Argentina, Viviane Dirolli, avalia que a parceria com os países do bloco é estratégica tanto para fortalecer a indústria audiovisual, quanto para reforçar a cultura regional. “Os parceiros do Mercosul são parte de projetos e principais coprodutores e temos a expectativa de seguir avançando na produção e trabalhar de forma conjunta, melhorar as condições para a exibição de mais filmes brasileiros na Argentina, paraguaios e uruguaios e estados associados do Mercosul e, da mesma forma, as nossas produções nos outros países”, disse Dirolli.
Durante a reunião, foi discutida a possibilidade da criação de um canal de streaming e de TV por assinatura para compartilhar os filmes dos países do Mercosul, com o objetivo de integrar e fortalecer o audiovisual da região. Ricardo Rihan ressaltou o benefício do projeto. “Dar acesso a uma programação cultural diversificada. E para os produtores, ter a oportunidade de exibir suas obras em todo o Mercosul”, apontou.
Além disso, no encontro, os países atualizaram o programa de trabalho da entidade, além de analisarem de novos projetos de cooperação internacional e orçamentos para 2020. Os países do Mercosul equivalem à quinta economia do mundo. Desde sua fundação, as trocas comerciais do agrupamento multiplicaram-se quase dez vezes: de US$ 4,5 bilhões, em 1991; para US$ 44,9 bilhões, em 2018.