Hoje (27/09) é comemorado o dia nacional do Turismólogo, um profissional que embora pouco conhecido e valorizado, é de extrema importância para o planejamento e gerenciamento de toda e qualquer atividade turística.

A profissão que passou a ser reconhecida pela Lei nº 12.591, de 18 de janeiro de 2012, é responsável pelo ordenamento da atividade turística de forma sustentável, de modo que esta ocorra tanto para o bem da comunidade autóctone, quanto para os turistas, valorizando o patrimônio cultural e ambiental do destino, bem como o modo de vida e as singularidades dos visitantes e também dos visitados.

A promoção e o marketing consciente são deveres do turismólogo, a fim de não passar uma imagem fetichizada de um destino, tanto em nível nacional como internacional.

A atuação desde profissional é ampla, podendo ser em agências de viagens e operadoras turísticas, meios de hospedagem, na gastronomia (restaurantes/bares), na gestão pública (secretarias de turismo e cultura), na docência, gestão de eventos, dentre muitos outros desta extensa lista, lembrando sempre que o estereótipo da atuação como camareira ou garçom por exemplo, é algo relativo, afinal os turismólogos são preparados para todos os cargos relacionados a área, inclusive os de gestores e empresários, não somente os cargos considerados mais baixos em níveis hierárquicos, como muitos acreditam.

Além disso considera-se que o turismólogo trabalha com sonhos, seja o do indivíduo que anseia por conhecer uma localidade, e espera o ano todo por sua viagem, seja pelo morador que enxerga no turismo, uma oportunidade de valorização de sua cultura e também de melhoria de vida.

Em muitos destinos turísticos, nota-se certa deficiência, nítida na marginalização da comunidade para dar local a empreendimentos, na falta de infraestrutura, como falta de água ou mesmo luz em períodos que as cidades estão superlotadas, a perda da cultura local em detrimento de novas tendências advindas de outras regiões, a degradação ambiental, a criminalidade e uma série de outros problemas que em sua maioria seriam resolvidos caso houvesse um profissional do turismo (turismólogo) na gestão dessa atividade.

O turismólogo, por sua vez, acaba não sendo valorizado e absorvido pelo mercado, de modo que os 3 ou quatro anos de sua graduação, ou mesmo a sua especialização (mestrado/doutorado) voltada pela pesquisa e estudo da área, podem ser trocados por algum indivíduo que possui outra formação ou por vezes nenhuma, desconhecendo as particularidades da atividade turística, portanto ocasionando muitos dos problemas citados no parágrafo acima.

Mas não se engane, em pensar que é frustrante quem se forma no curso de Turismo (Turismólogo), claro que existe “contras”, como em toda profissão, mas os “prós” acabam por ser satisfatórios. As oportunidades de vivência de mundo são muitas; trabalhar com pessoas, promove muito mais do que cédulas de dinheiro, mas sim enriquecimento e conhecimento humano, respeito pela cultura, respeito pelo meio ambiente, sabendo que tudo precisa estar em equilíbrio para que uma viagem seja muito mais do que um deslocamento temporário, e sim que ela seja uma experiência, um sonho de vida realizado e concretizado.

Por fim, falando em 1º pessoa do singular, acredito no sucesso deste profissional e na sua importância para sociedade e para o bem comum da mesma, acredito também que o turismo deveria ser uma disciplina ensinada desde a escola e repassada em alguns cursos de ensino superior, a fim de compreender seus conceitos e como ele está inserido em nível antropológico e social na humanidade desde alguns séculos atrás, provocando mudanças significativas. Além disso, acredito nos cursos superiores de turismo em nível nacional, e espero a sua valorização e compreensão por parte dos que não o entendem, para isso sendo necessário mais estudo e aprofundamento por parte dos mesmos, antes de direcionar qualquer crítica.

Portanto desejo aqui, um FELIZ DIA DO TURISMÓLOGO, a todos os profissionais formados e que estão em formação, que atuemos com consciência e orgulho nesta profissão.

Por: Jean Estanislau