Visita às obras do Teatro Castro Alves e roda de conversa com artistas, gestores e fazedores de cultura marcaram o segundo dia da Caravana da Cultura em Salvador (BA). O evento, criado pelo Ministério da Cultura (MinC), tem o objetivo de estreitar laços culturais e conhecer demandas do setor cultural de diversos locais do país. Antes da capital baiana, a caravana esteve na região do Cariri e em Fortaleza, no Ceará, e em São Luís do Maranhão. O primeiro compromisso do ministro Juca Ferreira e equipe foi uma visita às atuais instalações e às obras do tradicional Teatro Castro Alves, que está sendo transformado em um amplo centro cultural e de formação em artes. “Este teatro tem uma estrutura gigantesca, que precisamos colocar para funcionar. O MinC é parceiro nesse processo”, afirmou Juca. A ampliação e a requalificação estão orçadas em R$ 120 milhões, sendo R$ 12 milhões financiados pelo Ministério da Cultura. Segundo o diretor do Teatro Castro Alves, Moacyr Gramacho, com as obras, além da sala principal com capacidade para 1.580 pessoas, o teatro ganhará também uma concha acústica (5 mil pessoas), uma sala sinfônica (600 pessoas) e um centro de referência de engenharia de espetáculo, voltado à formação de produtores, cenógrafos, maquiadores, sonoplastas e outras áreas técnicas da cultura. “Esse teatro vive um momento inspirado na grande revolução feita pelo Juca e pelo Gil no Ministério da Cultura, que é pensar a cadeia produtiva da cultura como uma grande engrenagem”, afirmou Gramacho. “E parte dessa engenharia é precisamente a engenharia de espetáculo. Se o estado gasta para manter e tornar o Teatro Castro Alves disponível à população, por que não aditivar a cadeia do espetáculo formando profissionais?”, questionou. A diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia, Fernanda Tourinho, destacou que a transformação do Teatro Castro Alves em um complexo cultural beneficiará não apenas Salvador, mas também o interior baiano. “Essa mudança nos permitirá revolucionar completamente o fazer e o fluir das artes na Bahia. Nossa meta é que o complexo atenda a todo o estado, inclusive nas áreas de formação e qualificação. O interior precisa ter o Teatro Castro Alves como referência”, apontou Fernanda. Roda de conversa Após a visita ao Teatro Castro Alves, Juca Ferreira participou de roda de conversa, no Teatro Vila Velha, com gestores, artistas, produtores e profissionais ligados à cultura de Salvador. Temas como reforma da Lei Rouanet, políticas inclusivas, parcerias com a área da educação, investimento no cinema baiano e mais orçamento para cultura foram alguns dos assuntos discutidos entre participantes. Também estiveram presentes à roda de conversa os secretários de Articulação Institucional, Vinícius Wu, de Fomento e Incentivo à Cultura, Carlos Paiva, e do Audiovisual do MinC, Pola Ribeiro, e os secretários de Cultura, Jorge Portugal, e de Promoção e Igualdade Racial da Bahia, Vera Lucia Barbosa. Outra atividade da Caravana foi a visita ao Trapiche Barnabé, prédio do século XVII localizado na área portuária da capital baiana. Antigo entreposto comercial, o local acabou desativado com a criação do Porto de Salvador, em 1820, ficando parcialmente em ruínas. Segundo a diretora-executiva do Trapiche Barnabé, Diana Gurgel, a área está sendo restaurada para a futura instalação de um centro de criação, produção e comunicação audiovisual no estado da Bahia. “Ainda se há muito a fazer, mas hoje o Trapiche já é uma ruína estabilizada, pronta para receber o projeto”, destacou. A comitiva do Ministério da Cultura encerrou a Caravana com uma visita à Incubadora Bahia Criativa, onde se reuniu com os secretários de Cultura, Jorge Portugal, e de Turismo da Bahia, Nelson Pellegrino. Juca Ferreira e os secretários combinaram realizar, em Salvador, uma reunião para fortalecer e garantir a manutenção no estado do programa PAC Cidades Histórica, criado por Juca em sua primeira gestão frente ao MinC. “Eu sou parceiro desse programa e acho que, em paralelo à recuperação do patrimônio, é preciso integrar todas as possibilidades de planejamento”, afirmou Juca. “As cidades com patrimônio significativo, como Salvador, têm necessidade de preservar a memória. O patrimônio é um importante ativo do turismo”. A Incubadora Bahia Criativa, criada em 2014 pelo MinC em parceria com o governo do estado, é um escritório público de atendimento e suporte a profissionais e empreendedores que atuam nos setores criativos baianos, por meio da oferta de informação, capacitação, consultorias e assessorias técnicas, entre outros serviços voltados à qualificação da gestão de projetos, produtos e negócios de micro e pequenos empreendimentos criativos. “Já atendemos, desde a inauguração, mais de mil pessoas de Salvador e do interior do estado”, informou a coordenadora-executiva da incubadora, Rita Clementino. A Caravana da Cultura em Salvador teve atividade intensa também ontem. Houve debate em tempo real sobre participação social no MinC com presença de secretários, professores universitários e responsáveis por pontos de culturas. Além disso, o ministro Juca Ferreira e equipe se encontraram com o governador da Bahia, Rui Costa, visitaram o terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, onde conversaram com Mãe Stella de Oxóssi, e acompanharam o festival de dança VIVADANÇA. Confira aqui a cobertura completa do primeiro dia.

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