Milhares de pessoas estão fugindo desesperadas da violência, pobreza e fome em Honduras e se concentrando na fronteira da Guatemala com o México, depois de andarem centenas de quilômetros entre os países. A Caravana Migrante, como vem sendo chamada, é uma séria emergência humanitária e a Oxfam já está no local para oferecer ajuda, juntamente com organizações parceiras locais.
Pelo menos 2.500 pessoas já estão na fronteira Guatemala-México, em condições precárias, aguardando uma solução por parte das autoridades locais. São famílias inteiras, muitas crianças, mulheres e idosos, exaustos após andarem mais de 700 quilômetros.
"Os migrantes estão dormindo a céu aberto, pelas ruas e em um parque. Crianças, adolescentes, mulheres e idosos caminharam por mais de uma semana sob forte sol. Estão exaustos, desesperados, famintos e aterrorizados", afirma Ivan Aguilar, coordenador humanitário da Oxfam na Guatemala. O maior grupo de migrante está no momento em Tecún Umán, cidade no extremo oeste da fronteira da Guatemala com o México. Há outras caravanas chegando ao local, vindas de Honduras e El Salvador, o que só vai piorar a situação.
No México, a Oxfam vai alocar recursos de seu Fundo de Emergência Humanitária para apoiar organizações que trabalham com direitos de migrantes e redes de abrigo, que têm grande experiência no setor e estão em melhor posição para providenciar cuidados e proteção diretamente aos migrantes.
Entre os dias 19 e 20 de outubro, um grupo de migrantes conseguiu entrar no México depois de romper a cerca de metal da fronteira. Isso desencadeou um confronto com a política mexicana. Um incerto número de migrantes e vários policiais mexicanos ficaram feridos. Outros pularam no rio Suchiate em precárias embarcações feitas com pneus para atravessar a fronteira.
A caravana de migrantes deixou a cidade de San Pedro Sula, em Honduras, no último dia 13 de outubro com a intenção de andar até os Estados Unidos. Os migrantes estão fugindo da violência generalizada no país, e da pobreza e fome, problemas que estão ficando mais graves devido às mudanças climáticas. Karen, que andou mais de 700 quilômetros de Honduras até a fronteira da Guatemala com o México com sua filha de sete anos, deixou duas crianças para trás em um abrigo. "Nos ajudem, estamos pedindo do fundeo de nossos corações. Não podemos voltar a Honduras porque sofremos ameaças de morte lá."
A Oxfam pede ainda que os governos da Guatemala, México e Estados Unidos protejam as pessoas que estão participando dessa caravana, e todos os migrantes em geral; respeitem os princípios de 'não repulsão'; providenciem mecanismos de proteção para os que não podem voltar a seus países de origem por conta de ameaças às suas vidas e segurança; e garantam que as crianças não serão separadas de suas famílias.